10ª OBAP - Histórias de participantes
Cada edição da Olimpíada Brasileira de Agropecuária (OBAP) traz suas singularidades e, por isso, é única para quem vive essa experiência. A 10ª edição, organizada em parceria pelos Institutos Federais do Sul de Minas (IFSULDEMINAS) e do Espírito Santo (Ifes), ocorreu na cidade de Alegre, no Sul do estado capixaba, nos dias 04 e 05 de março, e reuniu 108 competidores, vindos de 16 estados do país. Eles trouxeram muitas histórias e bagagem para a competição, que iremos compartilhar um pouco com todos vocês!
Nunca havia visto um pé de café
"Durante a fase virtual da OBAP, havia questões sobre café e nossa equipe tinha uma ansiedade de conhecer a planta. Então, a maior novidade pra gente foi chegar aqui e conhecer o pé de café. Na nossa região, cultivamos soja, milho, trigo e aveia e nunca tínhamos visto pessoalmente uma plantação de café. Foi interessante também vivenciar as diferenças de vegetação e do relevo que existe aqui e em nossa região. No Rio Grande do Sul, o relevo é mais ameno e plano, Já no Espírito Santo, mais montanhoso e acidentado", Bruna Dalttrozo, medalhista de ouro da OBAP, integrante da equipe "Brinco de Princesa" - IFRS - Campus Ibirubá. A aluna acabou tendo a chance de ser entrevistada por uma equipe de TV, que gravou uma reportagem sobre a edição (confira aqui a reportagem completa).
Família de olho
Pela primeira vez, um familiar de um competidor acompanhou a realização das provas da OBAP. "Ficamos lisonjeados com o fato de a Isabella vir representando sua escola, só que a mãe dela estava preocupada dela vir sozinha, principalmente em função das chuvas que têm acontecido. Então, entrei em contato com a organização da OBAP para saber se poderia acompanhá-la durante o evento. Ficamos no mesmo hotel, porém, eu custiei as minhas despesas, e pude ver as provas ao vivo", contou Alfredo Marques Lourenço, pai da Isabella Martin Lourenço, que acabou sagrando-se medalhista de ouro da OBAP junto à equipe "Agrobest" - Etec Benedito Storani (SP). Ele também deixou um recado para os pais de futuros competidores da olimpíada. "Eles podem ficar tranquilos, a estrutura é muito bem feita, maravilhosa. Time muito acolhedor, procura estar sempre ajudando. Podem deixar seus filhos virem participar porque é uma oportunidade de crescimento pessoal e profissional para a vida futura deles", completou.
Guerra na Ucrânia
"Mesmo sendo do outro lado do mundo, pra gente, a guerra que ocorre agora na Ucrânia parece estar tão perto. Saber que tenho origens e familiares lá, é muito doloroso. Desde pequena, eu sempre participei das tradições ucranianas da minha família, seja de culinária ou religiosas. Sempre também escutei histórias da minha avó, contando sobre a fuga dela, pro Brasil, da 2ª Guerra Mundial. Por ela contar, a gente sente o quão cruel foi não poder viver no seu país, em seu lar, que ela tanto amava. E agora, em pleno século XXI, a gente ver a história se repetir, não dá para entender, pois na escola aprendemos que precisamos conhecer o passado para não repetir os mesmos erros que se vê na história. O que vivo hoje na OBAP é um sentimento oposto ao da Ucrânia. Aqui, temos união com pessoas de vários lugares do Brasil. Competimos, mas não temos rivalidade, estamos aqui e ajudamos uns aos outros. É isso que temos que ter em mente, saber ter diálogo e aprender que a vida é muito mais importante do que qualquer outra coisa", estudante Isabella Klasmann - IFPR - Campus Irati.
"A OBAP é um lugar onde realizamos provas, mas também fazemos amizades. Estamos vivendo uma experiência única aqui, porém o coração fica bem apertado com a situação da Ucrânia, porque, desde pequena ouvimos nossos avós contar como fugiram de lá. Vendo essa história se repetir é horrível. Temos muitas atividades durante a competição, mas quando sobre um tempo, a gente tenta acompanhar as notícias da guerra", Jacieli Kozar - IFPR - Campus Irati.
Saímos de casa no dia 28 de fevereiro
"Nosso trajeto começou ainda em fevereiro. Moro na Ilha de Marajó, no Pará, e para sair de lá, só teríamos como se fôssemos de barco, pois lá não tem voo regular para Belém, capital paraense. Foram 12 horas na embarcação. Não havia mais camarote (quarto), então, dormimos em redes e foi uma aventura e tanto porque pegamos trechos em que o barco balançava muito, pois havia encontro de rios. Ficamos duas noites em Belém, aguardando o voo para Campinas (SP). A parte aérea durou um dia inteiro até Vitória (ES). Por fim, pegamos um ônibus do aeroporto de Vitória até Alegre. Mas nossa experiência foi única porque, até então, nunca havíamos saído do nosso município. Tudo o que estamos vivendo aqui vai agregar muito na nossa vida", Karen Araújo, da equipe "AgroMarajó" - IFPA - Campus Breves.
Estrangeira na OBAP?
Apesar desta edição ser voltada apenas para estudantes brasileiros, esta participante mora no Paraguai e veio competir. Ela é brasileira, vive no país vizinho, mas estuda numa escola estadual na cidade fronteiriça de Foz do Iguaçu, no Paraná. Integra a equipe "Sem Fronteiras", uma referência ao fato de viver entre os dois países. "Eu não perdi essa chance de vir à OBAP. Estou achando a experiência incrível e inovadora", Sabrina Bergmann, da equipe "Sem Fronteiras" - Centro Estadual Manoel Moreira.
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