Consciência Negra
IFSULDEMINAS discute políticas de ações afirmativas no contexto do Dia da Consciência Negra
Com uma programação intensa, nos dias 13 e 14 de novembro, a Reitoria reuniu membros das Comissões de Heteroidentificação e Comissões Recursais de todos os campi para uma capacitação e um painel dentro da temática das ações afirmativas. O painel foi aberto a todos os servidores da Reitoria e teve o tema “Políticas de ações afirmativas no IFSULDEMINAS: barreiras, desafios e conquistas em face das transformações da sociedade brasileira”.
O evento trouxe o professor do Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN), Gilson José Rodrigues Junior, para conduzir os trabalhos. Em sua fala, ele explicou a importância das cotas raciais, bem como do trabalho das comissões: “Eu acho que primeiro é entender conceitualmente por que que a gente precisa de cotas raciais e por que que agora, nos últimos anos, a gente precisa de comissões de heteroidentificação. Que elementos da sociedade brasileira a gente tem para justificar isso? Que não é algo que a gente deseja enquanto população negra, por exemplo, que existisse, mas se tornou algo necessário diante da luta por direitos”.
Para a Diretora de Ingresso, Elisângela Aparecida Lopes, a discussão neste momento tem o objetivo de “pensar esse papel da construção da equidade no IFSULDEMINAS, visando a uma instituição mais diversa e inclusiva”. Ela explicou que o encontro foi feito com os membros das comissões, “porque entendemos que esse é um grande elemento da construção da política de equidade, das ações afirmativas”.
A servidora e membro da Comissão de Heteroidentificação Racial, Kelli Pereira de Oliveira, comentou sobre as ações que vêm sendo desenvolvidas na instituição: “Temos avançado muito na questão da conscientização por meio de discussões e normativas internas no tocante às causas raciais dentro da instituição. Sabemos que ainda temos um longo caminho a percorrer, mas reconhecemos a necessidade de constantes formações e desenvolvimento de políticas de fortalecimento da causa”.
Segundo Elisângela, “o grande feito desses dois momentos é que nós estamos tocando em dois assuntos muito sérios, o trabalho da comissão de heteroidentificação e também estamos promovendo uma reflexão voltada para um plano maior, que é a construção de uma política, de fato, de ações afirmativas que englobaria ações, as mais diversas, visando à diversidade dentro da instituição”.
“A gente precisa formar quadros, com maior profundidade, com maior cuidado, com maior atenção, mais engajados, comprometidos com isso. Para isso, a gente precisa ter momentos como esse, por exemplo, de formação. Então o primeiro desafio é este, formar quadros comprometidos e bem formados quanto a essa temática. O outro é entender que há complexidade, que se corporifica na categoria pardo sobretudo. Eu costumo dizer que a certeza é branca, o estigma é preto e a dúvida é parda nesse processo. Então, a dúvida sendo parda nos coloca num desafio gigante de formação, de acolhimento. E acho que esse é outro grande desafio da gente”, finalizou o professor Gilson.
Texto: Dicom/IFSULDEMINAS
Publicado em: 14/11/2024
Redes Sociais