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Dia de desafios

Competidores realizam provas em busca de uma medalha

Os participantes da Olimpíada tiveram um dia cheio, com desafios teóricos e práticos

teoricaO dia começou cedo para os competidores da Olimpíada Brasileira de Agropecuária (OBAP). Os participantes chegaram ao Campus Barretos do Instituto Federal de São Paulo (IFSP) às 7h30. Ao chegar para a competição, eles receberam um kit no credenciamento, para logo em seguida realizarem, individualmente, a prova teórica, composta de 10 questões de múltipla escolha e 2 questões discursivas.

Ana Luiza Purificação, da equipe G.I.A, do Instituto Federal Baiano, achou a prova bem tranquila, “porque caiu bastante coisa do curso que estudo, que no caso é o de Agroecologia, muita coisa no curso envolve tanto a parte vegetal quanto animal, achei bem tranquila mesmo”.

 

amazonasPela primeira vez, uma equipe de Povos Originários do Amazonas participa da Olimpíada. Soraya Galvão, da equipe Adanas, do Instituto Federal do Amazonas, contou: “A gente é indígena, fomos a única equipe classificada do Amazonas, ainda do interior, lá de São Gabriel da Cachoeira, então, a gente veio com o intuito de representar nossa cidade”. Ela disse que a prova teórica não estava difícil, “ela estava do nosso nível de técnico, porém a ansiedade batendo, algumas coisas acabaram fugindo da cabeça”. Seu colega de equipe, Tiago Alemão Carvalho, também não achou a prova difícil, mas o nervosismo atrapalhou um pouquinho: “Foi mais conceito, coisas que já estudamos, mas a pressão de estar aqui mexe com a cabeça e tu não pensa direito”. Soraya compartilhou que da cidade deles só saem de barco ou avião, mas só há voos às terças-feiras, felizmente, eles conseguiram voar nesse dia, pois a viagem de barco até Manaus dura cinco dias. Em São Gabriel da Cachoeira, há 27 etnias, Soraya é da etnia Baré e Thiago, Arapaso.

cearaA equipe Nordestine-se participa pela primeira vez, representando uma escola estadual do interior do Ceará, da cidade de Tauá. Eles contaram que é uma experiência bastante diferente para eles, “Estamos um pouco nervosos, nós fazemos o Técnico em Agropecuária, mas não temos essas disciplinas lá, conseguimos praticar no Instituto Federal do Ceará”, disse a competidora Karol Assis.

O professor João Paulo Lopes da Etec Benedito Storani, de Jundiaí/SP, participa pela oitava vez da Olimpíada, “já levamos sete medalhas para casa e espero que estas equipes não me decepcionem”, compartilhou o professor. Desta vez ele veio com as equipes Us Jão Loco e Os Muriçoca, do Subsequente e Integrado.

 

 

Provas Práticas

praticaabertura

A prova teórica teve duração de uma hora e meia. Após um breve intervalo, as equipes se dirigiram às provas práticas. As equipes do técnico integrado realizaram as provas de inseminação artificial em bovinos, regulagem de semeadora adubadora e de levantamento topográfico. Já os 11 grupos dos cursos técnicos subsequentes fizeram provas de pós-colheita de frutas, amostragem para análise de solos e preparo de calda bordalesa.

teodolitoYasmin Moraes de Oliveira, da equipe Edkaya, do Instituto Federal de Mato Grosso, contou que foi uma experiência diferente, “A gente tem contato com algumas atividades práticas, mas não todas, por exemplo, a de inseminação artificial. A de topografia, a gente já trabalhou algumas vezes antes, mecanização também a gente já viu, mas não tanto”. Sua colega de equipe, Kailany Lima Alves Cesar, explicou que as aulas de inseminação artificial que têm são apenas teóricas. O Eduardo Von Groll disse que também não havia tido aula prática de semeadora. “Mas foram muito boas as provas, porque nos testou bastante; na prova de topografia que a gente achava que seria a que mais se sairia bem, tivemos alguns imprevistos, então não fomos tão bem assim”. O orientador Fábio Luis Bezerra compartilhou que trabalhou bastante a motivação dos alunos, praticaram os simulados e ainda tiveram ajuda dos professores das áreas específicas durante a preparação.

Para o aluno do Campus Barretos, Eduardo Gonçalves da Silva, da equipe Zero Zero Dois, representar a instituição anfitriã foi bastante desafiador, “foi muito bom, uma sensação muito boa, mas também muita pressão, tem que se dedicar ao máximo, para representar este campus que nos dá todas as oportunidades para seguir nossa carreira”. Sobre as provas, ele compartilhou que foi “a primeira vez que tenho contato com uma prova de inseminação, semeadora e topografia. Não é fácil, mas também não é impossível, é uma experiência única que você tem e você consegue resultados lá na frente”.

inseminacaoKarol Clementino Silva, da escola Antônio Avelino de Almeida, de Olho D'Água, no interior da Paraíba, contou que a experiência a fez querer aprender mais sobre as áreas das provas práticas: “Achei complicado, mas deu para desenrolar. Achei a prova com o teodolito (levantamento topográfico) a mais difícil, a da inseminação artificial também foi bem desafiadora, porque eu não tenho essa disciplina, mas isso me fez querer aprender mais, é muito interessante, saber sobre o animal, plantas, terrenos. Gostei da experiência”.

O competidor Igor Ricardo Gomes, da equipe Os Reflorestadores do Senar Minas, destacou a importância do trabalho em equipe: “O trabalho de equipe é muito importante porque ter a equipe do seu lado, te apoiando, te ajudando é de extrema importância. É minha primeira experiência na Obap. Começamos um pouco apreensivos, nervosos, mas no desenrolar, está sendo bastante tranquilo”.

frutasSobre a prova de pós-colheita de frutas, Ana Alice da Silva Brito, da equipe Cedaf Agro, da Universidade Federal de Viçosa/Campus Florestal, explicou que na competição, eles avaliam se as frutas vão para processamento, consumo in natura ou se não estão boas para colheita. Ela comentou que as dificuldades são referentes aos pormenores da avaliação: “São muitos detalhes, na hora de limpar e regular o equipamento, mas o trabalho em equipe é muito importante, porque um colega ajuda o outro a lembrar de algum detalhe”.

Premiação

Os participantes conhecerão os vencedores desta edição na cerimônia de premiação que ocorre hoje, às 18h30, na sede do Campus Barretos. Os ganhadores levam para casa troféus, medalhas e outros prêmios que serão divulgados no evento. Há premiações para as categorias: melhores equipes do Integrado, melhores equipes do Subsequente, melhor desempenho nas provas teóricas do Integrado e Subsequente. Há classificações ouro, prata e bronze.

A Obap

A olimpíada é realizada pelo Instituto Federal do Sul de Minas (IFSULDEMINAS) desde 2011. A competição científica nacional é voltada para estudantes do curso Técnico em Agropecuária e demais cursos do Eixo Tecnológico Recursos Naturais. Mais de 20 mil pessoas já participaram da olimpíada, inclusive, competidores internacionais. A edição deste ano é realizada em parceria com o Campus Barretos do IFSP.

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