1 ano de Ensino Remoto

IFSULDEMINAS completa 1 ano de oferta do ensino remoto

Neste mês de março, o Instituto Federal do Sul de Minas (IFSULDEMINAS) completa um ano de oferta do ensino remoto. A instituição foi uma das pioneiras da Rede Federal a adotá-lo, como forma emergencial e alternativa de garantir a continuidade do processo pedagógico para seus 18.195 estudantes, matriculados em 70 cursos técnicos, 43 superiores, 15 pós-graduações lato sensu e mais dois mestrados.

A pandemia do novo Coronavírus, que impôs o distanciamento social, exigiu uma resposta rápida e criativa da gestão, que criou um plano de trabalho envolvendo apoio pedagógico, social e tecnológico a alunos, suporte continuado a docentes e diálogo constante com a comunidade acadêmica para minimizar, o máximo possível, o impacto da nova realidade no ensino.

Investimentos e Adaptações

Uma das primeiras medidas foi dialogar e capacitar docentes para que eles desenvolvessem metodologias atrativas e eficientes adaptadas ao novo formato de ensino, utilizando plataformas e ferramentas virtuais para comunicar, interagir e atender satisfatoriamente todos os estudantes da instituição, que passaram a desenvolver atividades de forma síncrona (interações realizadas ao vivo entre o professor e seus alunos) ou assíncrona (conteúdo disponibilizado on-line e que pode ser acessado pelo discente de acordo com o seu tempo, horário e local preferido para aprendizado).

A resposta dos estudantes à estrutura montada pelo IFSULDEMINAS e ao empenho dos professores e técnicos tem sido, de forma geral, positiva. Acompanhados pela gestão, as avaliações formais e informais (veja no final da matéria) que chegam têm exaltado a oferta de “didáticas variadas e criativas a fim de facilitar ainda mais o aprendizado”, “pontualidade e organização dos conteúdos e disposição de materiais complementares para auxiliar na compreensão de cada aluno conforme a sua maneira de aprender” e “a disponibilidade, paciência e empatia” dos profissionais para contornar as dificuldades estudantis ao longo do percurso.

Inclusão Digital

Além de promover adaptações no ensino, o IFSULDEMINAS investiu recursos para que seus estudantes sem acesso à internet ou a computadores continuassem estudando de casa. Assim, emprestou 819 computadores e destinou mais de R$ 215 mil para a assinatura de planos de internet 5GB e internet rural para cerca de 600 jovens em vulnerabilidade socioeconômica em 2020.

Uma das beneficiadas foi Ana Flávia Estevão, aluna do 3º ano do curso técnico integrado em Mecânica do Campus Avançado Três Corações. No início, ela utilizava o próprio celular para acompanhar as aulas remotas e conta que enfrentou dificuldades para se concentrar. “Quando recebi o computador do IF, ficou mais fácil estudar, pois com ele era mais fácil fazer trabalhos com planilhas, gráficos e desenhos técnicos. Além disso, passei a me concentrar mais, por não ter distração todo o tempo com notificações e redes sociais. Desde o início das aulas on-line, também recebo auxílio internet. Sem esses suportes, acho que não teria conseguido assistir a todas as aulas, nem fazer os trabalhos e provas; teria ficado muito prejudicada na escola”, revelou.

Monitoramento e Tutoria on-line

Enquanto Ana Flávia cursava o último ano do curso remotamente, o estudante Fábio Augusto da Silva Lemes ingressava no curso técnico integrado em Alimentos, no Campus Avançado Carmo de Minas. Estudar em casa não foi exatamente como o adolescente pretendia passar seu início de vida escolar no instituto. Desmotivação e rendimento inferior acompanharam o aluno no início de 2020. Porém, ao longo do ano, o suporte oferecido pelo IFSULDEMINAS ajudou-o a se adaptar, como revelou a mãe dele, Rosângela da Silva Mateus. “A oferta do ensino remoto foi de extrema importância para manter os conhecimentos dos alunos em dia. Os docentes e a equipe de apoio do IF foram super atenciosos ao longo deste período. O que chamou mais minha atenção foi o carinho com ele e a preocupação em me manter sempre informada sobre se o Fábio estava acompanhando as aulas”.

Uma das formas de monitorar e melhorar a experiência no ensino remoto foi a contratação de profissionais especializados no atendimento de estudantes com necessidades específicas em contexto remoto (portadores de deficiências cognitivas, físicas, psíquicas e sensoriais) e a criação do programa Mediadores Virtuais, que ofereceu bolsas a estudantes matriculados nos ensino técnico e superior para atuarem nos ambientes virtuais de aprendizagem mantidos pelo Instituto. Ao todo, 227 alunos foram selecionados em 2020, receberam treinamento dos próprios professores e das equipes pedagógicas dos campi e passaram a fornecer apoio às atividades remotas de ensino para a cooperação mútua entre alunos e professores e para o êxito do processo ensino-aprendizagem. Em 2021, novos editais estão programados para selecionar 307 mediadores.

Atividades práticas e interativas

Quem já vivenciou estudar presencialmente no IFSULDEMINAS sabe a quantidade de oportunidades, atividades práticas, projetos e eventos diários que são oferecidos pela instituição. Alguns deles puderam ser adaptados ao meio on-line, outros foram criados e ajudaram a motivar estudantes, incentivando, por exemplo, iniciativas culturais, artísticas e esportivas.

Esse tipo de estímulo funcionou com a estudante Maria Clara Barbosa Pires Pereira. “Minha rotina no campus antes do ensino remoto era bem legal. Do café da manhã até o jantar, eu estava lá no meio de projetos de extensão, atividades extracurriculares, biblioteca, laboratórios... Sempre busquei coisas novas para aprender e pessoas novas para eu conhecer nesses projetos. Eu adorava essas trocas que o IF me proporcionava. Então, chegou a pandemia e a falta foi imensa. Assim, participar de projetos como ‘Versos Cativos – Recital em Vídeo’ e ‘Festival de Poesia’ (confira nos links as participações de Maria Clara) foi importantíssimo para mim porque serviram de estímulo, pois me senti mais próxima do IF e dos projetos”, contou.

Maria Clara acabou de concluir o 3º ano do curso técnico integrado em Informática, do Campus Inconfidentes. Apesar das dificuldades, ela encontrou pontos positivos no ensino remoto, que usou para estudar para o vestibular. A jovem aguarda o resultado da seleção para o curso “Ciências Sociais” da Unicamp. “Mesmo com toda a dificuldade vivenciada no ensino remoto, eu sou muito grata por ter tido o privilégio, de ter tido a chance de continuar estudando naquele momento. Por causa da pandemia, quantas pessoas não foram afastadas no ensino, seja por causa da desigualdade social ou por conta de não conseguirem se adaptar a este modelo remoto ou porque as escolas não conseguiram oferecer uma base, um caminho para elas? O IF conseguiu aplicar o ensino remoto de uma maneira bem eficiente, com o auxílio dos professores e de atividades dinâmicas pra gente interagir nas aulas e ser uma coisa menos cansativa e mais produtiva. Por fim, eu acabei encontrando no ensino remoto, de fato, um modelo de estudo que eu me adaptei de verdade, no qual consigo estudar e aprender com mais facilidade”, afirmou.

Balanço

No espaço de um ano, o IFSULDEMINAS idealizou e implementou as ações descritas acima e diversas outras para construir e concretizar o ensino remoto na instituição. Periodicamente, a gestão faz um balanço dessas ações para tornar o modelo cada vez de melhor qualidade e mais inclusivo, como apontou o pró-reitor de Ensino, Giovane José da Silva. “As ações realizadas para acompanhar e avaliar o ensino remoto ofertado incluem reuniões periódicas com os estudantes, por meio dos representantes das turmas, os ‘mediadores virtuais’. Além disso, as Pró-Reitorias de Ensino, de Extensão e de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação monitoram os dados de matrícula por meio do ‘Painel do Ensino’, além de manter reuniões frequentes com DDEs, DENs, CGEs e coordenadores de curso visando ao aperfeiçoamento das instruções normativas que regulamentam o ensino, a pesquisa e a extensão no contexto remoto. Também empreenderam diversos programas de apoio ao ensino remoto, a exemplo do Programa de Auxílio Internet, distribuição de computadores e aluguel de notebooks, PAEE (Programa de Apoio Educacional Especializado durante a pandemia), Programa de Apoio a Projetos de Ensino, contratação de serviços como o G-Suíte Google, Biblioteca Virtual, Biblioteca Virtual Pearson, incentivos aos programas de licenciatura, a exemplo do PIBID, Residência Pedagógica e Pró-Licenciatura, além dos incrementos no Programa de Auxílio Estudantil para estudantes cujas famílias perderam renda durante a pandemia”.