2ª Semana PCD
Semana "Aprendendo com as Diferenças" reúne profissionais da educação de diversas cidades do estado
Palestras abordaram a inclusão de PcDs
Sensibilizar os governos e a comunidade em relação às potencialidades das pessoas com deficiência, atraindo a atenção para suas necessidades e para políticas públicas específicas foi o objetivo da segunda semana do Programa Aprendendo com as Diferenças. O evento promovido pelo Instituto Federal do Sul de Minas (IFSULDEMINAS), por meio da Pró-reitoria de Extensão, aconteceu na última semana, de forma on line, entre os dias 17 e 21. Contou com palestras de profissionais de diversas áreas e a presença de profissionais da área da educação, representantes das Apaes, professores e estudantes de diversas cidades do estado.
Para dar início as atividades, o pró-reitor de Extensão Cléber Ávila Barbosa deu as boas vindas e falou sobre a importância da ação. “Mantivemos esse evento, pois ele apresenta o Programa Aprendendo com as Diferenças, que é uma conquista para o Instituto Federal. É uma ação na qual sempre queremos colocar mais energia, entusiasmo e levar adiante para outros parceiros, até mesmo em âmbito nacional”. O reitor, Marcelo Bregagnoli, reiterou a importância do evento. “As atividades de Extensão, especialmente na área de inclusãom merecem um destaque ímpar. Essas discussões são muito importantes, principalmente nesse momento que estamos vivendo, de atividades remotas. Precisamos pensar em incluir a todos e ser cada vez mais ativos nesse apoio. Levantar essas discussões e buscar boas soluções”.
Palestras
O primeiro dia contou com a participação do deputado federal Eduardo Luiz Barros Barbosa. O tema foi: Protagonismo empodera e concretiza a inclusão social.
Ele destacou que “o protagonismo da pessoa em situação de deficiência é, antes de tudo, entender e respeitar suas escolhas, vontades e vocações. É a percepção do outro, que ele tem direito às suas escolhas e devem ser respeitadas. Se não oferecermos condições para esse protagonismo acontecer, essa pessoa estará sempre limitada”.
Já no segundo dia, o tema abordado foi sobre a família como espaço de formação para autonomia e independência da pessoa com deficiência intelectual e múltipla, com a assistente social, Maria Juanita Godinho Pimenta. Ela explicou que o papel da família estável é oferecer um campo de treinamento seguro, onde as pessoas possam aprender a ser humanos, a desenvolver sua autoimagem e a relacionar-se com a sociedade. “O ser humano é social e a família é onde estabelecemos nossas primeiras relações. A autonomia, para as pessoas com deficiências, é importante para preservar ao máximo a privacidade, dignidade e a sua capacidade de tomar decisões. É preciso que a família oportunize essas experiências, pois se eles permanecerem apenas em lugares seguros, não existe a possibilidade de tomada de decisões e, sem isso, ela não pode ser empoderada. Quando a família que acredita nela, ela também passa a crer em si mesma".
A programação da semana seguiu com a apresentação do Superintendente do Instituto de Ensino e Pesquisa Darci Barbosa (IEP/FEAPAES-MG), Sérgio Sampaio Bezerra. Ele falou sobre a inclusão da PcDI no mercado de trabalho: Desafios e Possibilidades, tema que estuda há mais de 10 anos. Comentou que um dos maiores desafios para incluir as pessoas portadoras de deficiências em um mercado competitivo, e que valoriza acima de tudo a produtividade, são as dificuldades no acesso, na igualdade de oportunidades e na inclusão. “Para que a inclusão aconteça é preciso que seja garantido, em primeiro lugar, o acesso dessas pessoas ao mercado, que é garantido por lei. As empresas precisam oferecer também oportunidades iguais: sistema de gestão com recrutamento adequado, treinamento e avaliação de desempenho. Um RH sensível que permita que mais pessoas concorram às vagas”.
Para finalizar a semana, a paratleta Thaline Iolanda Pádua de Oliveira contou sua história de superação do câncer nos ossos. Ela passou por duas cirurgias e uma delas foi de amputação da perna direita. “ Me tornei deficiente aos 16 anos e tive que fazer a escolha mais difícil entre minha perna ou minha vida. E eu escolhi viver. Quando me tornei deficiente foi o início de uma nova vida.” Ela sempre gostou de cavalos e seu sonho de participar de provas de três tambores foi interrompido. “Quando voltei a montar não tinha pretensão nenhuma. Sempre fiz por amor, mas me tornei a primeira paratleta de três tambores. Eu tinha tudo para desistir dos meus sonhos, mas segui em frente e hoje acabo ajudando muitas pessoas a não desistiram dos seus”.
Ações do IFSULDEMINAS
O evento contou com a participação do reitor do IFSULDEMINAS, Marcelo Bregagnoli, que falou sobre as ações do instituto na área social. Ele explicou que valorizar a dignidade humana, a erradicação da pobreza e da marginalização e a redução das desigualdades sociais e regionais é a base do serviço público. “Isso faz parte do nosso plano de gestão e deveria ser encarado assim por todos os serviços públicos: Lutar verdadeiramente pela inclusão social, por uma sociedade livre, justa e solidária.” Entre os dados apresentados, a evolução das ações do IFSULDEMINAS foram destaque, sendo que em 2008 o quantitativo de eventos, cursos e projetos somaram 15 ações e 6.707 participantes. Já em 2009, com a formação dos Institutos, esse número subiu para 176 ações e mais de 20 mil participantes. “Desde a origem das escolas agrotécnicas já aconteciam ações de inclusão, porém, eram bastante informais. A partir da criação do IFSULDEMINAS, foram institucionalizadas e aumentaram consideravelmente. Em 2019, entre todos os campi, foram mais de 370 ações e mais de 53 mil envolvidos”.
Algumas atividades citadas foram: capacitação para comunidade externa, capacitações para apenados, equoterapia, projeto expedição, IFmulheres, Projetos de extensão voltados para esporte e lazer e o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE). E, claro, o programa Aprendendo com as diferenças que, em dezembro de 2019 já contabilizava mais de 521 participantes, 23 instituições, 22 Apaes do sul de Minas, um AUPI e um lar de idosos.
Bregagnoli ainda comentou sobre as ações relacionadas a esse momento de pandemia como a produção e distribuição de 8.330 litros de álcool em gel, entrega de alimentos para mais de 80 instituições cadastradas, distribuição de de 5 mil litros de sabonete líquido, mais 5 mil escudos faciais, 75 mil máscaras de TNT. Além de oferta de cursos de Formação Inicial e Continuada, parceria com a prefeitura de Muzambinho para inauguração de espaço de acolhimento e triagem de pacientes, doação de computadores para estudantes carentes da rede pública e equipamentos de desinfecção de hospitais. Para o reitor é uma satisfação ver os frutos do ‘Aprendendo com as Diferenças'. "Creio que não são só os mais de 500 usuários das Apaes são beneficiados. Nós também o somos quando temos a oportunidade de, pela educação, melhorar a qualidade de vida de tantas pessoas”.
Texto: Ascom/Reitoria IFSULDEMINAS
24/08/2020
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