Seminário: PNAE e PAA
Palestras e troca de experiências marcam segundo dia do Seminário Nacional do PNAE e PAA
Na quarta-feira, 16 de maio, foi o último dia do Seminário Nacional sobre o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA). Os participantes de 44 instituições do país puderam ouvir palestras e ainda houve uma troca de experiências entre os agricultores familiares e representantes de instituições que já implementaram os programas.
Palestras
A nova modalidade de compra institucional da agricultura familiar, o Programa de Aquisição Alimentar (PAA) foi o tema da primeira palestra, ministrada pela Coordenadora de Compra Institucional do Ministério do Desenvolvimento Social, Cláudia de Paula. Os participantes esclareceram dúvidas sobre a execução do programa, os tipos de arranjos locais que devem ser priorizados para a construção das chamadas públicas e como o diálogo entre a instituição que compra e os agricultores é importante para que se tenha êxito na execução do novo modelo.
Para a palestrante, a atuação das instituições de educação é de suma importância. “O papel das instituições não é apenas o de executar o orçamento, mas trazer sua missão para a construção e qualificação social. É abrir as portas para saber como a instituição pode colaborar para qualificar a produção e até o processo de associação e cooperativismo desses produtores. É um desafio muito grande, mas é também um campo muito fértil que amplia o desenvolvimento e o aprendizado”, disse Cláudia de Paula.
O Gestor de Comercialização e Gestão da Emater (MG), Raul Machado falou sobre: “O papel da extensão rural no fomento e comercialização da agricultura familiar nos mercados institucionais”. Para ele, várias são as ações desenvolvidas no Estado para concretizar a execução dos programas de compras institucionais junto à agricultura familiar, como: mobilizar grupos de gestores em âmbito municipal e estadual para definir ações e responsabilidades no programa; promover parcerias com diversas instituições para o cooperativismo e agroindústria; entre outras atitudes para fortalecer as cooperativas de agricultura familiar. “Esperamos resolver alguns gargalos que existem na execução dos programas: problema de logística, produção em escala, produção organizada, produtos classificados e regularização das agroindústrias para fornecer para o programa”.
Os representantes da Associação dos Agricultores Familiares de Piedade e região, da cidade de Ouro Preto, compartilharam suas experiências com o PNAE. O produtor rural, Ricardo Silva contou as dificuldades que os agricultores enfrentaram quando aceitaram o desafio de participar do programa, mas lembrou o apoio que os produtores receberam quando as instituições passaram a adquirir produtos, não apenas se abrindo para a agricultura familiar, mas oferecendo aos agricultores a oportunidade de formação. “Essa aproximação do meio rural com as instituições de educação fez com que os produtores se sentissem valorizados”, afirmou Ricardo. Na segunda parte do evento, os representantes das associações de agricultores familiares fizeram a exposição de seus produtos e falaram sobre a disponibilidade de vendê-los para outros municípios.
Experiências na execução do PNAE e do PAA
Em um segundo momento, foram realizadas trocas de experiências sobre a execução dos programas. O coordenador de comprar do IF do Sertão Pernambucano, Fernando Borges, disse que, “podemos ir muito longe. Programas como estes têm uma função social muito importante. Se conseguirmos incutir em nossos colegas a importância do PNAE e do PAA, vamos conseguir alavancar a agricultura familiar".
Já a nutricionista do Instituto Federal de Pernambuco, Sílvia Patrícia de Oliveira contou que as dificuldades encontradas para a execução do programa de aquisição alimentar virou o passo a passo de uma cartilha e, posteriormente, um guia de mais de 50 páginas. “Não adianta tentar combater a evasão escolar se não oferecermos aos nossos alunos uma alimentação de qualidade, que é um direito deles”,disse a nutricionista. Os participantes ainda puderam ouvir os relatos também da nutricionista do SIASS do Instituto Federal de Goiás, Ariandeny Furtado, e do coordenador de Gestão do CECANE do IFSULDEMINAS, Rogério Robs.
“Não ficamos apenas na execução financeira. No IFSULDEMINAS, envolvemos o PNAE na tríade Ensino, Pesquisa e Extensão. Temos buscado parcerias para implantação e manutenção do programa, inserção do agricultor familiar neste mercado e oferta de produtos de qualidade para os alunos” contou Rogério. Para os participantes, a troca de experiências foi fundamental para o esclarecimento das dúvidas. “Essa troca de aprendizado está sendo de grande importância. Tenho certeza de que os resultados do PNAE e do PAA serão bem melhores com o que temos aprendido no Seminário", disse Elisete Reis de Oliveira, do IF Sudeste/MG – Campus Rio Pomba.
“Aprendemos muitas coisas, vimos as várias formas de como estão sendo executados o PNAE e o PAA. Os institutos ainda não têm uma identidade de como realizar essas compras, cada um acaba se adequando a sua realidade. Por isso é importante essa troca de experiências com outras instituições”, ressaltou Darlison Vasconcelos Campos Silva, do Instituto Federal do Pará – Campus Santarém.
Texto: Ascom/Campus Pouso Alegre
Revisão: Ascom/Reitoria IFSULDEMINAS
18/05/2018
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