Polo de Inovação
IFSULDEMINAS é contemplado com polo de inovação da Embrapii
Captação de recurso externo está estimada em R$ 1 milhão
O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas (IFSULDEMINAS) é um dos quatro institutos federais credenciados como polos de inovação. O anúncio foi feito no dia 6 de setembro pelo ministro da Educação, Mendonça Filho, em Brasília. Além do IFSULDEMINAS, IFPB, IFSC e IF Goiano também foram selecionados pela chamada pública da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), responsável pelo desenvolvimento de pesquisas avançadas que atendem demandas reais do setor produtivo, construindo uma ponte entre a academia e o mercado.
A seleção dos institutos federais para credenciamento como polo se deu de forma rigorosa. Entre 14 cartas de interesse e 12 propostas de credenciamento recebidas, nove foram submetidas à análise especializada e cinco visitadas durante o processo. O foco de cada polo de inovação foi determinado pelo potencial econômico da região e pela capacidade de gestão da inovação nos institutos. No caso do IFSULDEMINAS, a proposta foi contemplada para o Campus Machado com foco para a agroindústria do café.
O objetivo da Embrapii é fomentar a cooperação entre instituições de pesquisa tecnológica e a indústria. Para isso, são feitos credenciamentos de equipes nessas instituições, as unidades Embrapii, que possuem reconhecida excelência em sua área de atuação.
O reitor do IFSULDEMINAS, professor Marcelo Bregagnoli, participou da solenidade, em Brasília, para anúncio dos novos polos. Além do ministro da Educação, a cerimônia também contou com a presença da secretária de Educação Profissional e Tecnológica, Eline Nascimento; do ministro da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicação, Gilberto Kassab; e do presidente do Conselho de Administração da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial, Pedro Wongtschowski.
Bregagnoli esclarece que a aprovação do polo é o reconhecimento dos “esforços individuais que resultaram num extraordinário ganho coletivo, o IFSULDEMINAS sendo visto como instituição capacitada a executar as políticas de inovação”. “O trabalho que se inicia agora é um enorme desafio em prol da cafeicultura”, afirma. A secretária Eline destacou a importância dessa conquista. “Eles têm papel estratégico para as ações de pesquisa, desenvolvimento e inovação dos institutos federais. O objetivo da Setec nessa ação é fomentar a cultura de inovação nas unidades da Rede Federal”.
Mendonça Filho ressaltou o papel dos institutos federais no que diz respeito à aproximação entre os setores educacional e produtivo: “Durante muito tempo, a gente caminhou de forma dissociada entre as áreas de inovação, educação e, sobretudo, produção. Havia um verdadeiro preconceito em relação à atividade produtiva e o setor industrial. Nesse aspecto, os institutos federais contribuíram de forma decisiva para aproximar a área educacional de formação técnica e profissional do setor produtivo”.
O coordenador-geral de planejamento, orçamento e gestão da Rede Federal, Paulo Leão, reforçou a diferença entre os polos de inovação e o ensino tradicional. “Os polos não são locais para aula, mas laboratórios onde pesquisadores doutores e alunos irão resolver problemas de setores produtivos como o industrial e o empresarial”, explicou. “Com isso, o custo fica mais baixo, a produção mais rápida e mais gente passa a ter acesso aos benefícios”.
Sobre a Embrapii
As unidades da Embrapii são constituídas a partir de competências tecnológicas específicas de instituições de pesquisa científica e tecnológica, públicas ou privadas sem fins lucrativos, com experiência comprovada no desenvolvimento de projetos de inovação em parceria com empresas do setor industrial. A expectativa é que as empresas sejam atraídas pela forte base de conhecimento existente nestas instituições de ensino, bem como por sua capacidade de apresentar soluções tecnológicas, potencializadas pelo mecanismo de compartilhamento de custos e riscos oferecido pela Embrapii para gerar inovação industrial no país.
Com a implantação destes centros, a Rede Federal de Ensino praticamente dobra o número de laboratórios de pesquisa focados no setor produtivo dentro dos moldes da Embrapii, passando de cinco para nove polos de inovação.
Como tudo começou?
De acordo com a diretora de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação do IFSULDEMINAS, Dulcimara Carvalho Nannetti, inicialmente, foi cogitada a possibilidade de que o projeto submetido à chamada da Embrapii envolvesse os campi de Inconfidentes, Machado e Muzambinho. No entanto, o edital previa que o polo tivesse sede em um campus apenas. Assim, para definir qual unidade seria a autora da proposta, a Pró-Reitoria de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação reuniu, por meio de uma webconferência, os diretores de ensino e docentes da área de cafeicultura dos três campi. Com a anuência das demais unidades, o Campus Machado aceitou o desafio de se inscrever à chamada para implantação do polo. Os projetos serão estendidos para a atuação de docentes de outras áreas, bem como de todos os campi do Instituto e demais instituições da Rede Federal signatárias, com maior foco nas unidades que trabalham diretamente com a cafeicultura.
Captação de recursos, investimentos em pesquisa e benefícios para a comunidade
A proposta aprovada receberá cerca de R$ 1 milhão para investimento em diversos projetos do Polo de Inovação na Agroindústria do Café. A Embrapii investirá aproximadamente 48% desse valor e as empresas parceiras entrarão com cerca de 33% do recurso. O IFSULDEMINAS ficará responsável pela contrapartida não financeira, como a disponibilização da infraestrutura e dos docentes e discentes para a realização das pesquisas, monitoramento e acompanhamento dos projetos. Além de captar recurso externo para fomentar projetos inovadores, o polo propiciará um maior envolvimento entre a comunidade acadêmica e o setor produtivo. Com parcerias estabelecidas, o Instituto passa a trazer as empresas do agronegócio para dentro da instituição, viabilizando a oferta de estágio e emprego aos estudantes. De acordo com o pró-reitor de Pesquisa, Pós-graduação e Inovação, José Luiz de Andrade Rezende Pereira, uma das parcerias já consolidada para a implantação do polo é com a Cooperativa Regional de Cafeicultores de Café de Guaxupé (Cooxupé).
Os projetos envolvem problemas e demandas de mercado, tais como previsão da safra, desenvolvimento de equipamentos para maior eficiência na torrefação do café, levantamento de custos na cafeicultura, entre outros. As propostas poderão se enquadrar em duas sublinhas: indústria da torra e da moagem do café e indústria de máquinas e de implementos. “Todos os projetos contarão com o apoio técnico dos professores e servirão de aprendizado aos alunos, que poderão cursar disciplinas extracurriculares para auxiliar no trabalho desenvolvido junto ao polo, o que gera vantagem competitiva a esses estudantes e possibilita futuras contratações”, comentou Dulcimara Nannetti.
Com a implantação do Polo de Inovação na Agroindústria do Café, novas parcerias poderão ser firmadas, assim como novos projetos prospectados. Desse trabalho conjunto entre o Instituto, a Embrapii e as empresas parceiras, haverá grandes possibilidades de registros de patentes sobre os produtos desenvolvidos, podendo gerar royalties tanto para as empresas quanto para o IFSULDEMINAS e outras instituições da Rede Federal, com o suporte do Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT). Como a cafeicultura pode ser considerada a base da economia regional, os projetos voltados para a área beneficiarão não só empresas e a comunidade acadêmica mas também produtores, possibilitando a popularização de novas tecnologias.
Texto: Ascom/ IFSULDEMINAS - Reitoria
Data: 12/09/2017
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